sábado, 10 de maio de 2008

País terá rede de terapia celular

Grupo, que vai funcionar até o fim do ano, receberá R$ 21 milhões para investir em pesquisas com célula-tronco

Brás Henrique OESP

Começa a funcionar até o fim deste ano no Brasil a Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC), que receberá recursos de R$ 21 milhões para pesquisas com células-tronco adultas e embrionárias. A previsão é que sejam montados cinco ou seis centros (laboratórios) em cidades como Ribeirão Preto, São Paulo e Rio, além de uma secretaria-executiva no Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio.

Para discutir a criação da rede e sua instalação, um grupo de 30 pesquisadores se reuniu nos últimos dois dias em Ribeirão Preto (a 320 km de São Paulo). A proposta é que a RNTC não tenha um prédio físico, mas uma comissão coordenadora, formada por integrantes dos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia, financiadores do projeto, e por pesquisadores.

As discussões sobre a rede, porém, foram permeadas com posições dos pesquisadores em relação ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da ação contestando a constitucionalidade do artigo da Lei de Biossegurança que trata das pesquisas com células-tronco embrionárias.

A diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP), Mayana Zatz, voltou a defender a continuidade das pesquisas no País mesmo com o assunto tramitando no STF. “Quem parou a pesquisa deve retornar imediatamente. Não há motivo para interromper ou esperar, não temos tempo a perder”, enfatizou Mayana. “Quem tem projetos com células-tronco embrionárias deve submetê-los e tocar as pesquisas. Se não vamos ficar numa defasagem gigantesca em relação ao países que já fazem isso”, acrescentou.

EXPECTATIVA

O STF suspendeu, no início de março, o julgamento sobre a constitucionalidade da utilização de células-tronco embrionárias em pesquisas por causa do pedido de vista do ministro Carlos Alberto Direito. Ainda não há data prevista para a retomada do julgamento.

Enquanto não há a decisão final dos 11 ministros da Corte, as pesquisas com embriões estão permitidas no Brasil, conforme previsto na Lei de Biossegurança. Para isso, podem ser utilizados embriões inviáveis ou congelados há três anos ou mais. É necessário também o consentimento dos genitores.

“Se o Supremo está decidindo adiar a votação, não se sabe por quanto tempo, acho que não há motivo para esperarmos, pois temos a aprovação da sociedade e isso não é uma luta entre cientistas e religiosos”, disse Mayana. Para ela, a criação da RNTC pode juntar esforços e somar competências para um salto qualitativo nas pesquisas com células-tronco.

“Estamos na fase de pesquisa e vai demorar um tempo para se transformar em técnica de terapia”, explicou ela. Mayana informou que seu grupo de pesquisa teve um projeto negado - que usaria embriões inviáveis, a partir de uma célula única, para fazer uma linhagem - justamente por receio de que ocorresse a interrupção dos recursos devido ao impasse no STF.

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marco Antonio Zago, disse que atualmente nada impede a continuidade das pesquisas com células-tronco embrionárias, apesar da indefinição provocada pelo debate no STF. “O ritmo do Supremo não nos atrapalha. Isso será resolvido num tempo razoável, de maneira simples e prática, mas temos que trabalhar como se estivesse liberado (o uso das células-tronco embrionárias)”, disse Zago aos pesquisadores.

“Se o STF decidir que não pode trabalhar (com os embriões), não vamos desrespeitar”, completou. “Fizeram um estardalhaço, um movimento muito maior do que a questão exige ou merece.” Zago também descartou fazer pressão sobre os ministros do STF. “Tem 11 juízes altamente qualificados que vão tomar a melhor decisão possível nesse assunto”, afirmou.

ESTRATÉGIA

Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, a RNTC deverá articular esforços de pesquisas com células-tronco já existentes no País, além de ampliá-las, qualificar e especializar novos profissionais.

Ele citou que 182 pesquisas no País mencionam trabalhos com terapia celular, além de 240 projetos em desenvolvimento. Os trabalhos com células-tronco embrionárias devem atingir menos de 10% dos 240 projetos, segundo ele.

Guimarães não criticou a demora do julgamento no STF e acredita que, pelos dois votos já favoráveis, os ministros irão rejeitar a ação.

MEC quer usar Sistema S para criar 1,5 milhão de vagas no ensino técnico

Em proposta polêmica, governo propõe reformular distribuição da verba; para setor, medida reduziria atendimento

Simone Iwasso OESP

De olho na maneira como são usados anualmente mais de R$ 8 bilhões, o governo federal finalizou um projeto de lei que propõe a reformulação da distribuição de recursos no chamado Sistema S, conjunto de entidades responsáveis por qualificação de mão-de-obra e oferta de cultura e assistência para funcionários da indústria e comércio, como Senai, Sesi e Sesc. A proposta, polêmica e alvo de discussões acirradas, cria um fundo nacional para o ensino técnico e impõe um mecanismo de competição entre as unidades regionais pela verba.

O objetivo do governo seria criar 1,5 milhão de vagas gratuitas de ensino profissionalizante de nível médio no País ao ano, um dos desafios atuais do setor. Mas, para isso, o projeto encampado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, muda a lógica do sistema, criado há cerca de 70 anos. Hoje, 2,5% dos salários dos funcionários da indústria e do comércio de todo o País são retidos para manter o Sistema S. Desses, cerca de 60% vão para cultura e assistência - como todas as atividades do Sesc, por exemplo. Os outros 40% são distribuídos para atividades educacionais, como cursos de qualificação, formação industrial e tecnológicos - alguns gratuitos, outros pagos. Na prática, é uma verba pública administrada pelo setor privado, tendo como meta atender às demandas do setor produtivo.

A maior mudança proposta pelo ministério é o fim da remissão direta do dinheiro para o Sistema S. A verba passaria a ser concentrada em um fundo nacional de formação técnica e profissional. Dessa forma, cerca de 80% do recurso seria repassado para cada curso oferecido, conforme o número de vagas gratuitas que oferecerem no ensino profissional de nível médio. Com isso, cursos de menor duração, que hoje são a maioria, ficariam sem financiamento, e haveria estímulo para as unidades investirem em cursos mais longos e gratuitos.

“O sistema não foi criado para ser política pública”, rebate o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro (PTB-PE). “É claro que é preciso investir mais em ensino médio e atrelá-lo à educação profissionalizante, mas não é nossa função fazer isso.” Segundo ele, programas educativos atendem a demandas da indústria.

“Foi investindo no atendimento à demanda da indústria que conseguimos competitividade internacional”, diz ele. A mudança de foco é criticada também pelo diretor regional do Senac-SP, Luiz Francisco de A. Salgado. “É um erro achar que curso de duração menor forma uma pessoa menos qualificada. Além disso, 51% das matrículas são gratuitas.”

Contrariando as expectativas do governo, que calcula que a mudança permitiria atender 1,5 milhão de jovens no ensino técnico de nível médio, eles estimam que haveria redução: dos atuais 2,1 milhões de pessoas que passam anualmente por algum dos vários cursos oferecidos nas entidades para 230 mil na modalidade.

País não atinge meta e segue com nº alto de casos de hanseníase

Incidência foi de 2,3 doentes por 10 mil habitantes; objetivo era reduzir a menos de 1 por 10 mil

Emilio Sant’Anna OESP

O Brasil precisa resolver um problema e está oito anos atrasado. Em 2000, expirou o prazo estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o País diminuir o número de novos casos de hanseníase para menos de 1 por 10 mil habitantes. A data foi então adiada para 2005 e, novamente, a meta não foi atingida. Ano passado, a incidência foi de 2,3 por 10 mil habitantes. Agora, o foco do Ministério da Saúde se volta para os menores de 15 anos, faixa etária em que foram registrados mais de 7 mil casos entre 2005 e 2006.

Isso indica que a transmissão da doença continua ativa, uma vez que tem período de incubação de três a dez anos. A hanseníase é transmitida pelo Bacilo de Hans. O contágio ocorre pelas vias respiratórias e o tratamento com poliquimioterápicos leva de seis meses a um ano.

“Isso é novo para nós, pois a hanseníase não é doença de jovem”, diz Maria Eugênia Noviski Gallo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz e assessora técnica do Programa Nacional de Hanseníase.

Em 2006, dos 47.612 casos registrados nas Américas, em todas as faixas etárias, 44.436 ocorreram no Brasil. Um resultado que coloca o País atrás apenas da Índia no número de novas detecções e ao lado de um grupo de países que não conseguiram reduzir a incidência da doença para níveis satisfatórios. Fazem parte desse grupo, além de Brasil e Índia, Angola, República Democrática do Congo, Madagascar, Moçambique, Nepal e Tanzânia.

FORA DO ALCANCE

De acordo com a coordenadora do Programa Nacional de Combate à Hanseníase, Maria Leide de Oliveira, a meta da OMS estava fora do alcance do País. Ela prevê que isso somente aconteça por volta de 2020. “Já sabíamos que os países mais populosos não atingiriam essa meta em 2000”, diz Maria Leide. “A hanseníase é um legado dos países mais pobres.”

Para Maria Eugênia, mais importante do que atingir a meta da OMS é o controle efetivo da doença. “Controlar a hanseníase não é apenas uma questão biológica, é principalmente socioeconômica”, afirma.

Na região Amazônica, a situação é pior. Mato Grosso, Roraima, Pará, Rondônia e Maranhão são os Estados mais endêmicos. “Os Estados que receberam fluxo migratório têm problemas maiores”, diz a coordenadora. Em números absolutos, no entanto, o Nordeste, com mais de 17 mil detecções em 2006, registra mais casos.

De acordo com a ex-diretora do Programa Estadual de Combate à Hanseníase de Mato Grosso, Eliane Esperandio, as áreas de fronteiras agrícolas do Estado são as mais atingidas. No município de Diamantino, com pouco mais de 18 mil habitantes, a incidência chega quase a 30 casos por 10 mil habitantes. “Os migrantes que vêm trabalhar aqui têm predisposição à doença e aqui entram em contato com o bacilo”, diz Eliane.

REPARAÇÃO

Para os especialistas, apesar de ainda longe das metas da OMS, o combate à hanseníase avançou no País. O alto número de casos, segundo eles, pode indicar uma melhora na detecção da doença. Outro avanço foi o reconhecimento pelo governo federal do direito à indenização dos pacientes internados compulsoriamente até 1986.

Uma medida provisória assinada pelo presidente Lula em 2007 reconhece esse direito e estabelece o valor de R$ 750 para pensão vitalícia a ser paga aos pacientes que consigam comprovar a internação.

Em setembro, uma comissão interministerial foi criada para avaliar os pedidos enviados à Secretaria Especial dos Direitos Humanos. O órgão esperava receber cerca de quatro mil pedidos. Sete meses depois, já são mais de oito mil.

Até agora, 900 casos foram analisados e 298 pensões, concedidas. Uma média de pouco mais de 40 benefícios por mês. Nesse ritmo, seriam necessários cinco anos para avaliar todos os pedidos. Muito tempo para essas pessoas, que já passaram dos 70 anos.

Um deles é o aposentado Arnaldo Rubio, de 75 anos. Internado compulsoriamente em 1939, no Sanatório Padre Bento, em Guarulhos, até os 18 anos de idade viveu isolado pelos muros da colônia, que abrigava cerca de 1,5 mil pessoas. Hoje, mora em uma casa de repouso com outros 40 ex-hansenianos.

Rubio é o responsável por organizar o pedido de pensão de cada um deles - e reclama da burocracia para conseguir uma resposta. “Eles pedem coisas como o prontuário, uma pasta cheia de papéis, que muitas vezes nem existem mais”, afirma. “Não faz sentido, pois também pedem a ficha de internação, que comprova a doença. Quem vai estar vivo quando eles conseguirem avaliar isso tudo?”, pergunta.

Segundo Sueli de Paula Dias, assessora da comissão interministerial, todas as secretarias de Saúde têm esses documentos (no caso de São Paulo, microfilmados). Para agilizar as aprovações, a comissão passa agora por uma reestruturação. “Muitas pessoas mudaram seus nomes por causa do preconceito. Hoje, quando mandam os requerimentos, temos que ajudá-los a provar que são eles mesmos”, afirma.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

MEC deveria fechar escolas de medicina, diz ex-professor

Diretor do hospital A. C. Camargo diz que, se metade dos cursos fossem fechados, ainda sobrariam médicos

O MÉDICO E EX-PROFESSOR da USP Ricardo Brentani, um dos diretores do hospital A. C. Camargo (antigo Hospital do Câncer), de São Paulo, diz que o Ministério da Educação deveria fechar imediatamente todas as faculdades de medicina que se saírem mal em avaliações como o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). Na semana passada, 17 cursos foram reprovados no exame, e as faculdades agora serão monitoradas pelo MEC.
Confira trechos da entrevista de Brentani à Folha. (RICARDO WESTIN)

FOLHA - Por que existem tantas escolas de medicina de qualidade duvidosa no país?
RICARDO BRENTANI
- Todo mundo quer ser médico. Por causa dessa demanda, aparece uma porção de escolas de medicina ruins por aí, sem hospital-escola nem corpo docente qualificado, tomando dinheiro das pessoas. Nós ainda não entendemos que o diploma de médico não é um bem de consumo que fica disponível de acordo com a demanda. Não é porque você quer ser médico que você tem o direito de ser médico.

FOLHA - O Brasil deveria ter menos médicos?
BRENTANI
- Recomenda-se que haja um médico para cada grupo de mil pessoas. No Brasil, se fizermos as contas, temos um médico para 600 habitantes. É praticamente o dobro do número necessário. Isso quer dizer que, se fecharmos metade das escolas médicas, não vai faltar médico no país.

FOLHA - Mas há regiões onde faltam médicos...
BRENTANI
- Existe uma distribuição desigual. Isso tem a ver com remuneração, com dificuldade para chegar aos locais mais distantes, com segurança... Essa é outra questão. De qualquer forma, o número de médicos formados é mais do que suficiente. Nada justifica o Brasil ter mais de 170 escolas.

FOLHA - Há quem defenda a abertura de escolas de medicina nas regiões onde há poucos médicos.
BRENTANI
- Tudo bem. Mas se vai ser aberta uma escola lá, alguma tem de ser fechada aqui.

FOLHA - Como o senhor, no hospital A. C. Camargo, sente a má formação dos médicos?
BRENTANI
- Os médicos que chegam à residência do hospital são os melhores candidatos. Eles fizeram uma prova pública que é muito difícil. Mesmo assim, precisamos ensinar a eles os rudimentos, o bê-á-bá, coisas básicas que eles não aprenderam nem na escola nem em outra residência. Morre muito mais gente de câncer no Brasil do que no Primeiro Mundo.
Uma das razões é o médico sem formação, que não sabe fazer diagnóstico e não sabe tratar. O Ministério da Educação não deveria dar um ano de moratória às escolas de medicina ruins. Deveria fechá-las logo.

FOLHA - Isso resolve o problema?
BRENTANI
- Resolve. As escolas boas vão continuar funcionado e formando o número adequado de médicos. Veja o que ocorre com as pessoas que se formam em direito. Só 10% ou 15% deles conseguem passar no exame de Ordem. Os outros 85%, que tiveram uma formação deficiente, não vão ser advogados. Vão ser balconistas, motoristas de táxi...

FOLHA - O sr. citou como problemas a ausência de hospital-escola próprio e a falta de qualificação dos professores...
BRENTANI
- Várias vezes foi noticiado que essas faculdades particulares contratam professores com título de doutor às vésperas da avaliação do Ministério da Educação. Passada a avaliação, mandam todo mundo embora. Isso não pode acontecer. No caso do hospital-escola, está provado que os cursos de medicina com hospitais próprios são melhores. O aluno que vai para um hospital conveniado não tem a mesma formação. No hospital-escola, o corpo docente é o corpo clínico do hospital. A prioridade é o ensino, os pacientes são selecionados conforme a necessidade didática. Num hospital conveniado comum, o médico que está lá não é professor, não está preocupado em ensinar. E no hospital conveniado comum, a prioridade é atender aos pacientes. A estimativa é que metade das escolas médicas não tem hospital próprio. É uma aberração.

FOLHA - Por que ainda não foi tomada uma atitude concreta contra essas faculdades de medicina?
BRENTANI
- O ensino particular tem um lobby muito forte. É um negócio. As escolas privadas cobram muito caro por um ensino de baixa qualidade e, pelo visto, não falta trouxa [disposto a pagar].

FOLHA - Os médicos podem se beneficiar com o fechamento das escolas ruins?
BRENTANI
- A medicina é uma profissão mal remunerada, todo mundo sabe disso. Mas por quê? Porque há uma oferta enorme de médicos no mercado, sempre existe um médico disposto a trabalhar ganhando menos. Com menos médicos, o salário tende a melhorar. E, pelo fato de os salários serem baixos, os médicos precisam trabalhar em vários hospitais para ter uma vida decente. Isso não lhes deixa tempo para estudar.

FOLHA - Por que as escolas ruins ainda não foram fechadas?
BRENTANI
- Não é um problema só deste governo. O Paulo Renato [ministro da Educação do governo Fernando Henrique Cardoso] inventou o sistema de avaliação [do ensino superior]. Fez avaliações, mas não passou disso. Não culpo este ou aquele governo. Não é uma questão política ou partidária. É evidente que fechar uma faculdade de medicina é uma situação politicamente espinhosa. Se você fecha a única faculdade de medicina que existe numa cidade ou num Estado, você perde eleitor.

FOLHA - O sr. já viu o fechamento de alguma escola de medicina?
BRENTANI
- Nunca vi, mas adoraria ver.

Número de células de gordura é fixo

O número de adipócitos (células que armazenam gordura) é definido durante a infância e permanece constante durante o resto da vida, com uma renovação celular de 10% ao ano, mostra estudo publicado na versão eletrônica da revista "Nature".
O trabalho dirigido por Kirsty Spalding, do Instituto Karolinska de Estocolmo (Suécia), estabeleceu que os principais fatores para a obesidade são os números de adipócitos e as suas quantidades.
"O número total de células de gordura no corpo é estável. A produção de novas depende do desaparição de outras", disse Peter Arner, outro participante da pesquisa.
Como apenas 10% das crianças com peso normal viram obesas, segundo as estatísticas, parte da explicação disso pode vir dos resultados de agora.
Outra implicação do trabalho é ajudar a explicar o efeito sanfona. Pessoas que perdem muito peso na idade adulta só reduzem a massa de células, que voltam a ser repostas rapidamente depois pelo corpo.

Fat cell numbers stay constant through adult life

Even serious weight loss doesn't reduce your overall number of fat-holding cells.

The number of fat cells in your body remains constant throughout your adult life, a new study has found. The discovery suggests that the process of weight gain may be fundamentally different in adults and in children.

Adults who gain or lose weight may do so through changes in the size of the fat cells, also called adipocytes, that constitute fatty deposits in the body. Children, on the other hand, may put on extra fat by increasing the overall number of these cells in the body.

This may mean that people who got fat during childhood may find it more difficult to shift the weight later in life, compared to those who piled on the pounds as adults, suggests Kirsty Spalding of the Karolinska Institute in Stockholm, Sweden, who led the new research.

Although the number of fat cells remains constant in adulthood, Spalding and her team found that it is not the same cells persisting for ever. There is a dynamic process of cell death and replenishment.

Fat by numbers

Spalding and her team took biopsies of belly fat from 687 people, both lean and obese, and recorded the number and size of fat cells, as well as the subjects' age, sex and body mass index. Combined with previous similar data from children, they showed that the average number of fat cells rises until the age of about 20, and then remains relatively constant, and is closely linked with body mass index.

The researchers also measured 20 people who were obese and had 'stomach stapling' surgery to reduce food intake. When Spalding and her team measured these volunteers again two years after the procedure, they found no reduction in fat-cell number: the subjects still had over 80 billion individual fat cells in their bodies, Spalding and her colleagues calculate. This despite losing an average of 18% of their body weight. It was the volume of each individual fat cell that was reduced, rather than the number, they report in Nature 1.

Nevertheless, fat cells are constantly dying and being replaced, even in adults, Spalding and her team found. They determined this by studying fat extracted during liposuction procedures from 35 people who had lived through the period of Cold War atomic bomb testing, from 1955–63, when the atmosphere was briefly more radioactive than normal. Food grown and eaten during this period had elevated levels of an isotope called carbon-14.

Fewer fat cells showed a heavy dose of carbon-14 than might be expected if these cells were never replenished, the team reports. This shows that the cells have been subject to turnover in the intervening decades.

Cutting down

If cell biologists can work out exactly how this cell replenishment is regulated, it might be possible to design drugs to interfere with this process — potentially helping people to keep weight off once they have lost it.

Spalding says that such a treatment would best be given only after patients have undergone serious weight-loss therapies such as gastric surgery. "You need to be really cautious about applying this," she warns.

"It would be very dangerous to give people these drugs while they're still obese," Spalding adds. Cutting the number of fat cells while people still have a high fat volume would place extra strain on the fat cells that are left over, leading to metabolic complications such as diabetes, she explains.

"I don't think it's going to be as simple as 'take a pill, lose weight, problem solved'," Spalding adds.

Perhaps most important, Spalding says, is the confirmation that fat cells can proliferate in childhood, although not in adulthood. The factors behind this are likely to be both genetic and dietary, she says.

So although obesity tends to run in families, avoiding getting fat at a young age will help to establish a healthy number of fat cells for life. "The best take-home message is for people with kids to ensure they have a healthy lifestyle," Spalding says.