terça-feira, 13 de maio de 2008

Surto faz USP vacinar alunos contra caxumba

Faculdade de economia e administração, na Cidade Universitária, registrou 12 casos

Cerca de mil alunos já receberam a vacina; segundo funcionários, também houve registros na ECA, mas faculdade não confirma

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL FSP

Um surto de caxumba atinge alunos da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da USP, na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo. Ao menos 12 contraíram a doença, o que levou a faculdade a vacinar todos os estudantes.
Na semana passada, receberam a vacina alunos que ingressaram neste ano e em 2007 na faculdade. Hoje à noite, a vacinação será estendida aos demais alunos da FEA que ainda não são imunizados.
Até ontem, cerca de mil estudantes já tinham sido vacinados, segundo Valdir Borges dos Santos, chefe da seção de alunos. "Para não virar uma epidemia no campus, a faculdade entrou em contato com o posto de saúde do Butantã e eles vieram vacinar", diz ele.
A estudante Anna Olímpia, 21, do 4º ano, que foi vacinada na sexta-feira, diz que a adesão à vacinação tem sido grande. "Teve uma campanha forte da diretoria para todo mundo tomar a vacina. Saímos durante a aula, em grupos de 15 alunos."
A Folha apurou com alunos e funcionários da USP que também houve registros de caxumba na ECA (Escola de Comunicação e Artes), mas a diretoria da faculdade não confirmou a informação. Na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) também houve casos no mês passado -e os alunos foram imunizados.
Segundo Ana Maria Bara Bresolin, médica da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, os casos de caxumba na USP estão dentro do esperado. "Tudo está sob controle. As medidas são apenas preventivas. Não há motivo para alarde."
Ao menos 2.000 doses de vacinas foram colocadas à disposição da USP, disse. Ela diz que, até abril, o município registrou 22 surtos, com 106 casos de caxumba. No mesmo período de 2007, houve o dobro de surtos e casos, segundo ela. Considera-se surto o registro de dois ou mais casos em um mesmo local (casa ou escola, por exemplo).

Complicações
A caxumba preocupa pela possibilidade de complicações. Em 20% dos homens adultos, ela pode resultar em orquite (quando a inflamação migra para os testículos). Em 15% das mulheres, a doença pode provocar mastite (inflamação das glândulas mamárias).
Bresolin diz que as temperaturas mais baixas propiciam a proliferação de doenças de transmissão respiratória, como a caxumba. Ela fica encubada por período de 12 a 18 dias e, embora o tempo de transmissão seja mais curto, pode acontecer antes do surgimento dos sintomas.

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