Em colunas anteriores, mostrei as posições do Ministro da Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo em relação às questões do desenvolvimento e da Amazônia.
Vamos analisar, hoje, as posições em relação à educação, a partir de estudos produzidos por ele e pelo Ministro da Educação Fernando Haddad.
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Dos estudos de ambos se constata o seguinte.
A melhora da qualidade do ensino público é uma prioridade nacional. Para se alcançá-la, propõe-se duas iniciativas:
1. Construção de uma rede de escolas medias federais, com dimensão técnica e profissional.
2. A segunda é proposta para reconciliar a gestão das escolas pelos Estados e Municípios com padrões nacionais de investimento e qualidade.
Em relação às escolas técnicas, a meta será absorver 10% das matrículas totais do ensino médio. Nos últimos anos, aliás, tornou-se consenso a importância das escolas técnicas na formação escolar.
Com os 10% de matrícula, a idéia será trazer um impacto maior do que um mero programa piloto.
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Segundo o estudo, o elo mais fraco do sistema escolar é justamente o médio. Nos últimos anos houve inclusive redução do número de alunos matriculados.
Além de melhorar a qualidade, o ensino médio permitirá mudar o paradigma atual do ensino brasileiro. Hoje em dia, ainda se privilegia o chamado ensino enciclopédico e informático – com excesso de informações (desnecessárias em um ambiente de inclusão digital e de abundância de disponibilidade de informações).
A proposta é reforçar dos aspectos da Educação: os métodos de análise verbal e numérica e o uso criterioso da informação. Ou seja, ensinar a pensar e a verbalizar.
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Em relação ao modelo pedagógico das escolas técnicas, o trabalho constata que não será suficiente oferecer ensino tradicional rigidamente especializado. Ou seja, não se vai ensinar o aluno a especialização A ou B.
Hoje em dia, exige-se do trabalhador um conjunto de capacitações conceituais e práticas genéricas. Por exemplo, modelos de gestão, de organização do pensamento, de uso de ferramentas de informática. Ministrar ensino especialista para o aluno de uma escola técnica significará confiná-lo a profissões de pouco futuro e pouco espaço de especialização.
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Para avançar na gestão local das escolas por estados e municípios, o trabalho propõe algumas ações.
Primeiro, avançar no sistema nacional de monitoramento e avaliação, que já possui ferramentas como Prova Brasil e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que permite redistribuir recursos e quadros dos lugares mais ricos para os mais pobres.
Quando uma rede escolas local não consegue atingir níveis mínimos de qualidade, hoje em dia existem os Planos de Ações Articuladas (PAR), expediente previsto no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) que torna realidade o regime de colaboração.
A idéia será ampliar esse tipo de ação, através da criação de órgãos conjuntos com governo federal, estaduais e municipais, visando atuar sobre os estados que ficarem para trás.
enviada por Luis Nassif