Ricardo Westin
Embora ainda não tenha terminado, 2007 já é o ano com o maior número de casos de dengue da história do Estado de São Paulo. De janeiro ao final de agosto, foram contabilizadas cerca de 62,2 mil pessoas infectadas com a doença e 16 mortes. O recorde anterior era de 2001, quando houve 51,7 mil casos de dengue no Estado.
Veja a lista das 78 cidades
A situação é mais crítica nas regiões de São José do Rio Preto, de Ribeirão Preto e do litoral. Nesses locais, a reprodução do mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue, foi facilitada pelo clima quente ao longo do primeiro semestre. No caso de Rio Preto, pesou ainda a proximidade com Mato Grosso do Sul, que neste ano teve sua pior epidemia de todos os tempos, com 68,5 mil casos até maio (último dado do Ministério da Saúde).
“A situação não está fora de controle”, diz Affonso Viviani Jr., coordenador da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) do Estado de São Paulo. “O impacto seria maior se não estivéssemos realizando ações junto às prefeituras.”
Para evitar que a situação no ano que vem seja pior, a Secretaria de Estado da Saúde inicia agora um período de três meses de “pente fino” nas cidades paulistas mais vulneráveis. O objetivo é aproveitar o segundo semestre - período em que normalmente o número de infecções diminui - para eliminar o mosquito e seus criadouros.
A Secretaria da Saúde se concentrará em 78 municípios daquelas três regiões. A atenção maior será dada a cemitérios, depósitos, ferros-velhos e prédios comerciais, locais onde mais se encontra acúmulo de água parada. Um efetivo de 110 agentes foi contratado para ajudar no trabalho.
Existem quatro sorotipos do vírus da dengue no mundo. No Brasil, são localizados os tipos 1, 2 e 3. Quem se infecta uma vez fica imunizado e não corre o risco de voltar a contrair o mesmo sorotipo. No entanto, pode ser contagiado pelos outros tipos. Quando a pessoa contrai dengue pela segunda vez, a doença se manifesta de forma mais agressiva e o doente corre o risco de desenvolver a forma hemorrágica, que pode levar à morte.
A melhor forma de combater à dengue é a prevenção: eliminando o mosquito Aedes aegypti e suas larvas. Isso se faz evitando o acúmulo de água parada, onde o inseto se reproduz.
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