Verba de R$ 19 milhões permitirá instalação de nove novos laboratórios no Rio
Infra-estrutura permitirá intensificar pesquisas em vírus de doenças como gripe, rubéola, hepatite C, febre maculosa e dengue
Ricardo Stuckert/Presidência |
DA SUCURSAL DO RIO FSP
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) inaugurou ontem, com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um novo prédio da instituição em seu campus de Manguinhos (zona norte do Rio), com aparato de alta segurança biológica para o estudo de vírus. O edifício abrigará nove laboratórios e serviços de pesquisa dedicados ao estudo de doenças infecciosas como gripe, rubéola, diarréias virais, hepatite viral, febre maculosa e dengue.
Numa escala que vai de 1 a 4, o novo prédio permitirá aos pesquisadores trabalharem no nível 3 de biossegurança em novos laboratórios. Esses locais com maior nível de segurança, no entanto, ainda estão em fase de implementação.
"Esses laboratórios estavam em prédios mais antigos, inadequados para o trabalho nas condições corretas de biossegurança, especialmente no caso de doenças virais, que exigem maior nível de segurança", afirma Tania Araújo-Jorge, diretora do IOC (Instituto Oswaldo Cruz).
Segundo ela, o novo prédio, com seis centrais de descontaminação (duas por andar), tem filtração completa de ar, total isolamento do ambiente e outras melhorias que permitem aos pesquisadores trabalhar com vírus conhecidos e desconhecidos sem risco de contaminar a equipe ou o ambiente.
"Teremos melhores condições de fazer diagnósticos de novos vírus e investigar surtos de origem desconhecida, por exemplo", diz Araújo-Jorge.
A pesquisadora explica que, nas instalações antigas, às vezes somente duas pessoas podiam ficar no local onde o vírus estava sendo estudado. "Nosso trabalho de pesquisa sobre diarréias virais, hepatite, gripe aviária e outros vírus era muito dificultado", disse. "Podemos, neste novo prédio, trabalhar com equipe maior, o que nos permitirá atuar com muito mais eficiência."
Segundo a Fiocruz, foram investidos no prédio, de 6 mil metros quadrados, R$ 19 milhões pelo governo federal.
Os nove laboratórios que passam a funcionar no local pesquisarão desenvolvimento tecnológico em virologia, vírus intestinais, flavivírus (da família da febre amarela e dengue), hepatites virais, genômica e proteômica de vírus, vírus respiratórios, sarampo, hantaviroses, riquetsioses (tipo de infecção bacteriana) e imunologia.
Além dos laboratórios, funcionarão no local também grupos de pesquisa que prestam consultoria e assessoramento para o Ministério da Saúde em algumas áreas estratégicas, como os serviços de referência nacional para poliomielite, hepatites virais, gripe, rubéola, sarampo, dengue e febre amarela, entre outros.
Na inauguração, Lula fez um gracejo com o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, cujo segundo mandato termina neste ano. "Quero lamentar que você vai deixar a Fiocruz. Como nós somos contra qualquer hipótese de terceiro mandato, vamos torcer para que seu sucessor faça mais e melhor que você", declarou. O novo presidente da fundação será definido por eleição e assumirá em dezembro.
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