Diretor científico da Fapesp diz que papel da academia não é resolver problemas sociais nem gerar inovação tecnológica
Órgão estadual de fomento à pesquisa de SP prepara o lançamento de programas de estudos de mudanças do clima e álcool combustível
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DA REPORTAGEM LOCAL
Inovação tecnológica deve ser feita pelas empresas. A solução dos problemas do Brasil, como a pobreza, é coisa para o Estado resolver. E a universidade precisa manter distância segura de ambas as demandas. Para o engenheiro eletrônico Carlos Henrique de Brito Cruz, atual diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a universidade precisa recuperar suas antigas convicções e cumprir a sua missão básica: formar recursos humanos.
Isso não significa que o também ex-reitor da Unicamp está abrindo mão de uma de suas bandeiras, o apoio ao desenvolvimento tecnológico. Mas, para ele, a inovação é apenas parte do debate sobre a academia. Sob orientação de Brito Cruz, o principal órgão estadual de fomento à pesquisa do país - que acaba de fazer 45 anos e tem um orçamento anual na casa dos R$ 595 milhões - está preparando dois projetos científicos para este ano. Um que vai estudar o impacto regional das mudanças climáticas globais. O outro que incentivará projetos na área do álcool.
"Ambos estão na fase final de montagem. Falta apenas acertar a participação do governo federal", afirmou Brito Cruz. Para ele, no caso do álcool, o Brasil precisa aproveitar essa oportunidade peculiar. "É um dos únicos casos na ciência e tecnologia em que o Brasil não vai seguir ninguém", disse.
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