Coluna Econômica - 20/11/2008
O caso Satiagraha é um marco na história institucional brasileira, talvez a maior prova de que o país caminha para a maturidade institucional.
Não pelas instituições em si. O caso revelou, de forma dramática, como um banqueiro que enveredou pelo caminho do crime, conseguiu cooptar vários setores relevantes da institucionalidade política brasileira.
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A prova de maturidade não está no Supremo Tribunal Federal, depois de uma votação vergonhosa do habeas corpus de seu presidente Gilmar Mendes – na qual a maioria absoluta dos Ministros demonstrou sequer ter estudado o caso que competia a eles analisar.
Essa geração de Ministros conseguiu algo impensável: colocar o STF na relação das instituições sob suspeição da opinião pública.
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De sua parte, o Legislativo teve comportamento igualmente suspeito. A atuação da CPI dos Grampos, protegendo ostensivamente os criminosos e pressionando os investigadores, não apenas manchou a reputação de seus membros – deputado Marcelo Itagiba, Raul Jungmann e Nelson Pelegrino, cada qual de um partido, todos servindo à mesma causa – mas da instituição como um todo.
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Não escapou a cobertura da mídia, especialmente o estilo grosseiro, impiedoso e manipulador da revista Veja.
No início, a defesa intransigente de Daniel Dantas, por parte da revista Veja, tinha como álibi um suposto anti-lulismo. Quando Lula engrossou as críticas contra a atuação da Polícia Federal, desmontou o álibi da revista.
O que inspirava sua cobertura não era o anti-lulismo, mas a defesa intransigente de Daniel Dantas
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Graças à tenacidade de três ou quatro pessoas, a farsa da campanha contra a Satiagraha está sendo desmontada. Haverá ressaca no dia seguinte, quando cada poder envolvido tiver que acertar contas com seus fantasmas e com a mancha da suspeição.
Tudo foi isso foi possível porque, hoje em dia, existe uma opinião pública com amplo discernimento para impedir toda forma de poder abusivo – até o da mídia.
enviada por Luis Nassif
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