Clóvis Rossi aborda um tema importante na sua coluna: a terceira onda de migração de cérebros, a disputa entre países por profissionais de alto nível (clique aqui). A coluna mostra, aliás, que o Rossi correspondente internacional continua imbatível.
No entanto, o pessimismo militante acaba prejudicando um pouco o raciocínio do Rossi analista, fazendo-o colocar o Brasil como vítima dessa nova onda. Já foi. Desta vez, creio que o jogo será diferente.
Já está ocorrendo uma migração importante no agronegócio. No começo, parecia uma invasão estrangeira de grandes multinacionais adquirindo grandes extensões de terra. Quem visita as novas fronteiras agrícolas, como Luiz Eduardo Magalhães, ou mesmo pólos como Petrolina-Juazeiro, percebe que o jogo é outro: são imigrantes tecnicamente aparelhados, com capital e tecnologia, que estão vindo se tornar brasileiros.
Como energia, pré-sal, Amazônia, as oportunidades futuras globais estarão por aqui. O grande desafio será montar estratégias na área científico-tecnológica – juntando Ministério de Ciências e Tecnologia, Fapesp, universidades federais e as estaduais de excelência – para prospectar o mundo e identificar cérebros na área acadêmica.
Por Andre Araujo
Enquanto isso a migração no sentido inverso, de 4 milhões de brasileiros residentes no exterior, sofre sua pior repressão em todo o mundo. graços ao ciclo xenofóbico de uma direita burra e precocnceituosa que se recusa a enxergar os beneficios de uma mão de obra capaz e ordeira, como é o caso das comunidades de brasileiros no exterior.
Essa repressão deixou de ser um episódio consular ou policial para ser politico. O Brasil não se deu conta de seu peso geopolitico e economico e se humilha perante Governos prepotentes, sem ter-se registrado nenhuma atitude firme contra essa atitude insultuosa à dignidade de um Estado, que não está sabendo proteger seus cidadãos aflitos no exterior. A Espanha abusou sem freios, o Brasil humildemente realizou uma reunião dita de cupula entre altos funcionários consulares e não arrefeceu um milimetro a arrogancia espanhola. A Espanha mandou ao Brasil 550.000 cidadãos entre 1900 e 1960, a maioria esmagadora pobres. O Brasil é credor migratório e não faz uso de força moral ou diplomática.
Agora o Reino Unido começa perseguição pior, a reação brasileira é a habitual: choramingas, protestos indignados e fica por ai.
Retaliação imediata e silenciosa nem pensar. Uma simplicissima: suspender as rotas aereas. Porque não fazer? Eles entenderão ràpidamente. O Brasil cresceu e ganhou musculatora mas esqueceram de avisar o Itamaraty que por modéstia e preguiça prefere funcionar seus consulador das 12 às 14 horas com a placa " FAVOR NÃO INCOMODAR".
Comentário
Chamo a atenção: períodos de intolerância étnica ou religiosa são fundamentais para os países que praticam a tolerância e políticas inteligentes de migração. A Espanha da Inquisição perdeu milhares de judeus e árabes, que constituíam a parte mais dinâmica da sua economia. A Inglaterra se fez atraindo pessoas que fugiam dessas perseguições. Depois, os Estados Unidos e o próprio Brasil se fizeram através dos deserdados econômicos e perseguidos da Europa e Oriente Médio.
Aliás, as Olímpiadas estão uma festa para os olhos. Assistir o nipo-brasileiro no tênis de mesa, depois as nordestinas do vôlei, depois as negras do futebol, depois o arco-iris de todas as cores do vôlei.
Vamos recuperar nosso papel de polo de atração da migração mundial.
Luis Nassif
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