EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL FSP
Os programas foram lançados na sede da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Serão liberados R$ 73 milhões até o fim deste ano e outros R$ 100 milhões entre 2009 e 2013.
Os recursos sairão dos cofres paulista, federal, mineiro e também da iniciativa privada. A gama de assuntos, em todos os casos, é grande. Até o impacto social da cultura da cana, cada vez mais hegemônica, será estudado. "Acredito que teremos projetos também nesse campo, não apenas do lado tecnológico", afirma Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp.
O programa principal, no entanto, visa soletrar todo o DNA da planta. "Agora, vamos fazer o genoma completo", disse Marie-Anne Van Sluys, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. O projeto genoma anterior, encerrado em 2003 e comemorado pela comunidade científica, na verdade, revelou só as chamadas seqüências expressas da planta (pedaços de genes transcritos em moléculas de RNA).
"A pergunta importante é: Qual a diferença entre a cana e o arroz?", diz Van Sluys. Se for contado apenas o número de genes, tanto a cana quanto o arroz e até mesmo o homem estarão mais ou menos próximos. Todos têm entre 40 mil e 43 mil genes.
"O que faz da cana ser a cana?", pergunta a cientista. A resposta, disse ela, está também no desconhecido, nos 13% dos genes da cana que não foram ainda estudados.
A cana é considerada um grande "frankenstein" genômico porque muitas variedades foram cruzadas entre si.
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