Lauriberto Braga, FORTALEZA
Quinze pessoas morreram e outras 254 contraíram leishmaniose visceral - popularmente conhecida como calazar - neste ano no Ceará. Os números preocupam as autoridades de saúde do Estado porque a meta para este ano era erradicar a doença. Por isso, o combate à leishmaniose será intensificado a partir de hoje. Duzentos médicos, enfermeiros, veterinários, mobilizadores sociais e agentes de endemias de dez municípios serão preparados para fazer o diagnóstico e tratamento.
No ano passado, 32 pessoas morreram com a doença. De 1986 a 2006 - período de grande incidência da doença, considerada como uma das principais endemias do mundo -, foram registrados 137 óbitos no Ceará.
Segundo orientação do Ministério da Saúde, os municípios cearenses foram divididos em três níveis de risco de transmissão: intensa, moderada ou esporádica sem transmissão. A separação baseou-se na média de casos de 2002 a 2006. As cidades com transmissão intensa são Caucaia, Barbalha, Bela Cruz, Canindé, Crateús, Crato, Fortaleza, Granja, Ipu, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Mauriti, Novas Russas, Sobral e Viçosa do Ceará.
Em Caucaia, situada na região metropolitana de Fortaleza, o combate a esse tipo de leishmaniose utiliza as campanhas de vacinação anti-rábica pdetectar a quantidade de animais doentes. Na cidade são feitos também exames de sorologia. Em duas campanhas, foram examinados 40 mil animais, sendo que 767 deles tiveram de ser sacrificados.
O foco da doença é o mosquito Lutzomyia longipalpis, o único responsável pela transmissão do protozoário leishmânia tanto do cão para o homem como do homem para o cão. Outros animais também podem ser contaminados pela doença, como raposas, gambás e roedores.
O aumento do número de mortes no Ceará está relacionado à dificuldade de se estabelecer o diagnóstico precoce, imprescindível para o início do tratamento. Sintomas como febre, inchaço no baço e no fígado, emagrecimento e apatia são semelhantes aos da dengue.
Ao picar um animal ou homem com leishmaniose visceral, o mosquito transmissor - também conhecido como mosquito-palha, birigüi, barigüi, bererê e tatuquira - contribui para o ciclo de proliferação da leishmânia, passando a doença por meio de outras picadas. Entre as medidas indicadas para o combate do mosquito estão: manter os quintais, estábulos e galinheiros limpos, livres de fezes, folhas e frutas em decomposição; recolher o lixo e garantir sua adequada coleta; e manter os cães bem tratados, vacinados e dentro de casa.
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